sábado, 18 de fevereiro de 2017

A persistência da violência contra a Mulher na Sociedade Brasileira

Desde a pré – história as mulheres eram conhecidas e tratadas como serviçais dos seus homens; eram inferiores, não eram respeitadas e também não tinham direitos e isso ainda continua presente no cotidiano de muitas mulheres brasileiras.
Estudar a história do Brasil, infelizmente é estudar a história dos homens. Quem tinha o poder? Donatários, donos de terras, senhores de engenho. O importante a ser lembrado é que na história brasileira, não existia se quer uma senhora de engenho.
Muitas mulheres são tratadas como uma fonte de prazer, como uma pessoa sem conhecimento, alguém incapaz de ser uma pessoa bem sucedida sem um homem ao seu lado.
No Brasil, nos ditamos respeitosos com as diversidades, mas vemos muitos casos de violência sexual onde, por exemplo, os abusadores acusam as mulheres de estarem vestindo roupas inapropriadas e que merecem esse tipo de comportamento dos mesmos.
Vemos também a grande quantidade de mulheres que sofrem violência física em suas próprias casas e que sentem medo de denunciar seus maridos “covardes”, por que dependem dele financeiramente ou por causa de seus filhos. Graças às lutas judiciais, as manifestações e a perseverança de muitas mulheres para conquistar espaço dentro da sociedade machista que nós mulheres conseguimos mostrar independência e conquistamos os nossos direitos.
Atualmente, vivemos em uma sociedade bastante diferente. Conseguimos o direito ao voto, a participação em diversas atividades rotuladas para homens.
A violência contra a mulher vem persistindo há muito tempo e mais agravada por ser considerada o sexo frágil. Infelizmente a violência tem variados tipos e ocorre com qualquer pessoa, desde épocas remotas, em todo lugar. Mas, no Brasil é alarmante o número de vítimas nas últimas décadas. O que será que está acontecendo com a sociedade, porque o sexo feminino vem sofrendo com tantas formas de crimes e principalmente pelos seus companheiros?
Os costumes do meio em que vivemos, vem mudando com o passar dos anos, tanto mulheres como homens mudaram suas roupas e comportamentos, de mais composto para menos e de mais discreto para mais ousado, o que leva a mais possibilidades de ocorrer violência. Não que antigamente não existisse, porém era pouco denunciado.
Atualmente, na sociedade brasileira, as mulheres ainda são vítimas de diversos tipos de agressão, como por exemplo, a violência física, moral, sexual e psicológica. Para solucionar o problema, uma das políticas tomadas pelo país foi a criação da Lei Maria da Penha, que visa não somente a proteção das brasileiras violentadas, mas a punição dos agressores. Contudo, mesmo com as medidas tomadas, o combate à violência contra a mulher ainda é um desafio para o Brasil.

Nos dez primeiros meses de 2015, do total de 63.090 denúncias de violência contra a mulher, 31.432 corresponderam a denúncias de violência física (49,82%), 19.182 de violência psicológica (30,40%), 4.627 de violência moral (7,33%), 1.382 de violência patrimonial (2,19%), 3.064 de violência sexual (4,86%), 3.071 de cárcere privado (1,76%) e 332 envolvendo tráfico (0,53%).Os atendimentos registrados pelo Ligue 180 revelaram que 77,83% das vítimas possuem filhos (as) e que 80,42% desses (as) filhos(as) presenciaram ou sofreram a violência. (ATITUDE, 2015).

Medidas como a criação da Lei Maria da Penha e de canais de denúncia de crimes contra as mulheres, possuem grande importância na luta contra esse tipo de crime, entretanto a falta de conscientização e insegurança das vítimas pode prejudicar o seu funcionamento.
Muitas mulheres desconhecem os seus direitos, ou até mesmo os métodos de obtenção de ajuda que estão a sua disposição. Atualmente, em muitas cidades existem até delegacias especializadas para as mulheres, e mesmo que não exista, a delegacia convencional pode ajudar quem necessita.
A Lei Maria da Penha protege mulheres em situação de violência, salva vidas, pune os agressores, fortalece a autonomia das mulheres, educa a sociedade, cria meios de assistência e atendimento humanizado, além de agregar à política pública, valores de direitos humanos. Nunca foi tão simples salvar alguém, ligando para o 180. Mesmo quando escutamos ou presenciamos uma violência contra uma mulher, podemos fazer nossa parte, ao denunciar. Pois, a violência contra as mulheres, é uma injustiça na sociedade brasileira.

Rosimeire Ferreira - Estudante de Direito do Centro Universitário do Norte Paulista – Unorp – São José do Rio Preto.

Fonte: ATITUDE, Compromisso e. Dados Nacionais sobre violência contra as mulheres. Disponível em: <http://www.compromissoeatitude.org.br/dados-nacionais-sobre-violencia-contra-a-mulher/>. Acesso em: 25 Jul. 2016.




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