Desde
a pré – história as mulheres eram conhecidas e tratadas como serviçais dos seus
homens; eram inferiores, não eram respeitadas e também não tinham direitos e
isso ainda continua presente no cotidiano de muitas mulheres brasileiras.
Estudar
a história do Brasil, infelizmente é estudar a história dos homens. Quem tinha
o poder? Donatários, donos de terras, senhores de engenho. O importante a ser
lembrado é que na história brasileira, não existia se quer uma senhora de
engenho.
Muitas
mulheres são tratadas como uma fonte de prazer, como uma pessoa sem
conhecimento, alguém incapaz de ser uma pessoa bem sucedida sem um homem ao seu
lado.
No
Brasil, nos ditamos respeitosos com as diversidades, mas vemos muitos casos de
violência sexual onde, por exemplo, os abusadores acusam as mulheres de estarem
vestindo roupas inapropriadas e que merecem esse tipo de comportamento dos
mesmos.
Vemos
também a grande quantidade de mulheres que sofrem violência física em suas
próprias casas e que sentem medo de denunciar seus maridos “covardes”, por que
dependem dele financeiramente ou por causa de seus filhos. Graças às lutas
judiciais, as manifestações e a perseverança de muitas mulheres para conquistar
espaço dentro da sociedade machista que nós mulheres conseguimos mostrar
independência e conquistamos os nossos direitos.
Atualmente,
vivemos em uma sociedade bastante diferente. Conseguimos o direito ao voto, a
participação em diversas atividades rotuladas para homens.
A
violência contra a mulher vem persistindo há muito tempo e mais agravada por
ser considerada o sexo frágil. Infelizmente a violência tem variados tipos e
ocorre com qualquer pessoa, desde épocas remotas, em todo lugar. Mas, no Brasil
é alarmante o número de vítimas nas últimas décadas. O que será que está
acontecendo com a sociedade, porque o sexo feminino vem sofrendo com tantas
formas de crimes e principalmente pelos seus companheiros?
Os
costumes do meio em que vivemos, vem mudando com o passar dos anos, tanto
mulheres como homens mudaram suas roupas e comportamentos, de mais composto
para menos e de mais discreto para mais ousado, o que leva a mais
possibilidades de ocorrer violência. Não que antigamente não existisse, porém
era pouco denunciado.
Atualmente,
na sociedade brasileira, as mulheres ainda são vítimas de diversos tipos de
agressão, como por exemplo, a violência física, moral, sexual e psicológica.
Para solucionar o problema, uma das políticas tomadas pelo país foi a criação
da Lei Maria da Penha, que visa não somente a proteção das brasileiras
violentadas, mas a punição dos agressores. Contudo, mesmo com as medidas
tomadas, o combate à violência contra a mulher ainda é um desafio para o
Brasil.
Nos dez primeiros meses de 2015,
do total de 63.090 denúncias de violência contra a mulher, 31.432
corresponderam a denúncias de violência física (49,82%), 19.182 de violência
psicológica (30,40%), 4.627 de violência moral (7,33%), 1.382 de violência
patrimonial (2,19%), 3.064 de violência sexual (4,86%), 3.071 de cárcere
privado (1,76%) e 332 envolvendo tráfico (0,53%).Os atendimentos registrados
pelo Ligue 180 revelaram que 77,83% das vítimas possuem filhos (as) e que
80,42% desses (as) filhos(as) presenciaram ou sofreram a violência. (ATITUDE,
2015).
Medidas
como a criação da Lei Maria da Penha e de canais de denúncia de crimes contra
as mulheres, possuem grande importância na luta contra esse tipo de crime,
entretanto a falta de conscientização e insegurança das vítimas pode prejudicar
o seu funcionamento.
Muitas
mulheres desconhecem os seus direitos, ou até mesmo os métodos de obtenção de
ajuda que estão a sua disposição. Atualmente, em muitas cidades existem até delegacias
especializadas para as mulheres, e mesmo que não exista, a delegacia
convencional pode ajudar quem necessita.
A
Lei Maria da Penha protege mulheres em situação de violência, salva vidas, pune
os agressores, fortalece a autonomia das mulheres, educa a sociedade, cria
meios de assistência e atendimento humanizado, além de agregar à política
pública, valores de direitos humanos. Nunca foi tão simples salvar alguém,
ligando para o 180. Mesmo quando escutamos ou presenciamos uma violência contra
uma mulher, podemos fazer nossa parte, ao denunciar. Pois, a violência contra
as mulheres, é uma injustiça na sociedade brasileira.
Rosimeire
Ferreira - Estudante de Direito do Centro Universitário do Norte Paulista –
Unorp – São José do Rio Preto.
Fonte: ATITUDE, Compromisso
e. Dados Nacionais sobre violência
contra as mulheres. Disponível em: <http://www.compromissoeatitude.org.br/dados-nacionais-sobre-violencia-contra-a-mulher/>.
Acesso em: 25 Jul. 2016.